por Jéssica Balbino
* Publicado na Revista MENELICK - Segundo Ato (numero 4)
Bola no chão, pipa no céu e uma cortina de poluição no ar. Carros, pedestres, gravatas, marionetes. O ritmo é frenético. Muitos sem destino, em desalinho, pra lá e pra cá. Definitivamente em São Paulo todos são protagonistas.
A cerveja gelada na esquina, as crianças pra baixo e pra cima, à tarde com sabor de infância, a temperança, a sina. Estou de passagem, mera visita. Dispenso a xilocaína, afinal, desde que aqui cheguei, há poucos dias, estou anestesiada, paralisada, estarrecida. O simples vai e vem desse cotidiano já me fascina. Pra mim tudo é novo, até a sinfonia de buzinas.
Paro, respiro e interfono. Aviso quem sou. Subo dois lances de escada e entro. Travo diante de tudo que vejo. É muita informação. De onde venho, a mineira Poços de Caldas, não é comum encontrar tudo isso. Tanta coisa disposta num só lugar. Em poucos metros quadrados, pelas estantes, mesas e prateleiras nomes como Canto, Érica Peçanha, Sérgio Vaz, Ademiro Alves (Sacolinha), João Antônio, Preto Ghóez e Ferréz saltam aos olhos.
São Paulo é mesmo plural, multicultural, surpreendente por todos os cantos. Não é a toa que na região central da cidade, no segundo andar de um antigo prédio na rua 13 de maio, no tradicional bairro do Bexiga (reduto italiano da capital), a periferia, quem diria, é senhora. Ali, onde há XXX anos está estabelecida a livraria Suburbano Convicto, margem e centro convergem-se em um único elemento: cultura marginal.
A intenção da visita é, ou melhor, era, rever amigos, dar um “oi” rápido e sair rumo a outros compromissos, mas o “tsssss” da lata de cerveja sendo aberta, ali, assim, de repente, no estalo, no calor das emoções, convida para alguns minutos extras. Encostada no balcão ou sentada num sofá, que fica ao lado de um grande acervo de livros e CD´s, dispostos em pastas e arquivos, deixo o tempo passar e as conversas fluírem enquanto a noite vai caindo.
Não demora muito e novos amigos chegam, e o que era pressa, se dilui em vontade de ficar. Pioneira no Brasil, a livraria Suburbano Convicto é a única especializada em literatura marginal, com exemplares únicos e até mesmo raros, de autores já falecidos ou de edições já esgotadas.
Saraus, encontros, debates e lançamentos. Semanalmente, dezenas de pessoas passam pelo espaço e consomem cultura, ora de forma gratuita, ora em forma de investimento, quando adquirem livros, filmes ou mesmo roupas, produzidas por quem vive na periferia e a representa.
Se existissem mais livrarias como estas, com preços acessíveis, assuntos reais e um ambiente ‘real’ talvez tivéssemos nas ruas mais poetas do que soldados.
LIVRARIA SUBURBANO CONVICTO
Rua 13 de maio, 70 – 2º andar
Bixiga/ SP
www.buzo10.blogspot.com
www.jessicabalbino.blogspot.com
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
#SARAUSUBURBANO
Alessandro Buzo organiza e apresenta o #SARAUSUBURBANO
Camila do Tenda Literária com o livro "Guerreira"
Texto: Alessandro Buzo
Fotos: Marilda Borges
Ontem (terça 22/02/11) aconteceu mais uma edição do SARAU SUBURBANO na Livraria Suburbano Convicto do Bixiga (em SP).
Alto nível ..... um poeta mais loko que o outro...
Abrimos com a participação via twitter, o primeiro foi uma poesia enviada pelo Nelson Maca da Blackitude de Salvador-BA: - Vou te contar um segredo, você sorriu, eu perdi o medo.
Na sequência uma da RICARDA (@rikagoldoni)......
Depois dos poetas "VIA TWITTER" , abrimos com o VATO que declamou pela primeira vez num SARAU, ai foi pau no gato sem massagem...nessa ordem...
O segundo foi Paulo Rans (Coletivo Perifatividade), Alessandro Buzo, Tubarão, Marco (www.duguettu.tk), Michel Yakini, Gê (Unidade 1 - SBC), Camila do TENDA, Dimenor do Pq Bristol, Bruno Veloso (Periferia Invisível), Andre Vasconcelos, Priscila, Emerson Alcalde, Vander CHE, Zinho Trindade e fechando o primeiro BLOCO.... Rodrigo Ciriaco.
Rolou uma segunda rodada com outra ordem e a participação do MC SOMBRA (Ex-SNJ).
Quando eu disse que foi um SARAU de alto nível, é porque os 17 poetas presentes estavam em noite inspirada.
Agenda ai.... proximas edições, dias 15 e 22/03.
MC SOMBRA
Rodrigo Ciriaco do MESQUITEIROS
Zinho Trindade
Emerson Alcalde que em Abril lança o livro (A) MASSA....07/04 na livraria..
Andre VAsconcelos (@sempreandre)
Bruno Veloso do Periferia Invisível
Camila do Tenda Literária
PELOTÃO DE ELITE
Michel Yakini
VATO, cola a mile anos, mas só ontem declamou
Dimenor do Bristol
Marco (www.duguettu.tk)
Paulo Rans
Priscila (SUBURBANA CONVICTA)
Aos amigos uma dedicatória
Tubarão DuLixo
Sombra confessa que foi seu primeiro SARAU
Na contensão Tubarão, Andre e VATO
ATENÇÃO
Devido ao carnaval, em março o SARAU SUBURBANO acontece na 3a e 4a (terça-feira) do mês...........agenda ai, dias 15 e 22/03.
www.sarausuburbano.blogspot.com
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
NOITE LINDA com MAX B.O. autografando CD e contando sua trajetória.
Noite de Autografos com Max B.O.
10/02/11 na Livraria Suburbano Convicto do Bixiga
Texto: Alessandro Buzo
Fotos: Marilda Borges
Ensaio, o disco
Max B.O. em noite de autografos na Livraria Suburbano Convicto
Noite quente no Bixiga e presença mais que ilustre na NOITE DE AUTÓGRAFOS que aconteceu ontem (quinta 10/02/11).
Falo de MAX B.O. autografando seu recém lançado CD "ENSAIO".
O mano colou com sua esposa Lívia Cruz, filha mais nova "Aline" e o seu assessor MINISTRO.
Os manos colaram pra garantir seu CD autografado e puderam conferir também um bate papo, praticamente uma palestra do B.O. sobre sua vida e carreira.
Nasceu em SP, filho de pai metalurgico e mãe batalhadora. Foi morar no Chora Menino, região ali na Zona Norte que tem um cemitério de mesmo nome.
Depois sua família conquistou sua casa própria na periferia do Jardim Antarctica e foi ali que o MAX que ainda não era B.O. iniciou seus corres. Hoje ele além de lançar seu primeiro CD é apresentador do Programa Manos e Minas da TV Cultura.
Seu primeiro grupo de RAP foi o Alma Negra Rapper's, disse que o rapper's era por causa da influência americana da época, o nome do grupo não emplacou e mudaram pra "Ação Negra Rapper's"....
O fim do grupo fez ele entrar em outro, o "Comando Criminal" ...época que seu pai dizia: - Era bom da ROTA te pegar fazendo esse diabo de RAP.
Ele achou que o Comando Criminal era muito pesado pra ele que nunca foi do crime e nem ninguém da família dele.
Migrou para o grupo "BOLETIM DE OCORRÊNCIA", mas era pesado ainda.
Foi adquerindo seu estilo próprio, sempre correndo atrás de eventos, atividades culturais ligadas ao Hip Hop, muita coisa surgiu.
Foi para o grupo "CARTEL SP" que segundo o B.O. vez o primeiro CD Duplo de Rap, mas ele não sabe precisar quantas cópias foram.
Mas o Cartel SP teve uma importancia maior por outro motivo, como já tinha o MAX DE CASTRO e o MAX do DMN, ele tinha que mudar de nome, MAX não dava e por causa do seu antigo grupo Boletim do Ocorrência virou MAX B.O.
O Cartel era menos pesado que os anteriores, talvez menos de mais pro gosto do B.O. que entrou pra um grupo que se olhar os nomes que fazia parte, seria hoje uma seleção de MC's importantes, mas na época eles não eram tão conhecidos como são hoje, além de Max B.O. tinha MC Marechal, Kamau, Paulo Napoli e outros. Depois colou o Tio Fresh e até o THAÍDE num show paralelo ao Thaíde e DJ Hum.
Muita agua passou por debaixo da ponte. Ontem....muito atencioso com todos Max B.O. nos contou tudo isso, sua trajetória.
Sempre correndo atrás e voltando pra Jd Antarctica, viu pessoas que foram de seus grupos anteriores se acabando em droga e ele focado na missão, ela só é pra quem tem perceverança, quem acredita de fato.
MAX B.O. se viu trabalhando na secretaria de cultura da PMSP, mais precisamente na Galeria Olido (foi ali que eu "Buzo" conheci ele e o preseteei com um livro: Suburbano Convicto - O Cotidiano do Itaim Paulista).........
Quando perdeu o emprego na secretária, poderia para um pessimista ser o fim. Mas não pra ele.
Seguiu rimando nas festas, todo ano lançava um som em alguma coletânea, fazia trabalhos em comerciais, geralmente rimando.
Tudo isso misturado levou ele pra TV, foi contratado pela REDE TV ! pra fazer um quadro como MC Reporter no Programa Brothers, improvisando com o povo nas ruas num quadro de 3 minutos.
Depois do sucesso do quadro foi chamado e a proposta era: - Você vai entrevistar celebridades classe A, num quadro de 15 minutos.
Passou a circular por eventos VIP's e entrevistar nomes como Selton Mello, Cristiane Torloni, Tony Ramos e outros, entrevistar não, improvisar com eles. Ele perguntava improvisando e a pessoa respondia normalmente.
Depois, com a saída do Thaíde (contratado pra fazer A LIGA na Band), MAX B.O. aceitou o desafio de ser apresentador do Programa Manos e Minas da TV Cultura (1 hora no ar), aceitou e segue firme na missão.
Só depois de tudo isso que Max B.O. lançou o seu primeiro CD solo.
Demorou porque ele quis esperar a hora certa, ter o suporte pra fazer um encarte bacana, capa de acrilico e outros detalhes que ele sabe que pode não usar no futuro, mas quis assim seu primeiro trabalho.
O CD ficou realmente bonito, a capa foi livremente inspirado na capa do um Viníl do SIMONAL, de quem B.O. é fã. O título é uma homenagem ao programa "ENSAIO" da TV Cultura e ao Geraldo Fiúme.
O tempo foi passando e já eram quase 23h quando a gente saiu do Bixiga, todo mundo feliz, todo mundo de boa depois de uma noite maravilhosa e toda atenção que o B.O. teve, além da ALINE correndo por todo lado e as vezes querendo ficar junto do pai, toda orgulhosa.
Valeu B.O. e família, além de todos os manos presentes.
Alessandro Buzo
LIVRARIA SUBURBANO CONVICTO
Gastando a caneta
B.O. com Viníl do SIMONAL que inspirou capa do seu CD
É noite lá fora....
Assistindo ao bate papo
Francís e Jeffão
Sempre Andre e Max B.O.
Francís e Tubarão
Formação de quadrilha
Só mano firmeza
Aline e Lívia Cruz (esposa do B.O.)
Robson Canto e Max B.O.
Otavio Jr (Complexo do Alemão) e Alessandro Buzo
B.O. e sua filha mais nova, tem três
Mais que um comércio, um centro cultural
Ministro e Sislando
Buzo abre o bate papo com MAX B.O.
Muitos autografos
Vato e Sempre Andre
Max B.O. contou sua trajetória
Róbson Canto e Tubarão
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